O CÉREBRO E A FORMAÇÃO
Enquanto os neurocientistas descobriram de repente a vida extraordinária dos neurônios do nosso cérebro, outros cientistas começaram a fabricá-los. Mas esses neurônios são tão intangíveis quanto a inteligência. Eles são virtuais, matemáticos, e as redes que formam são na realidade algoritmos, sequências de instruções. Eles não copiam exatamente o cérebro, mas são inspirados por ele. Por alguns anos eles constituem sistemas que agora são capazes de aprender. É o inventor do aprendizado profundo - aprendizado profundo que nos fala sobre isso. Yann Le Cun, 2018 (A mais bela história de inteligência), diz que estudava em Paris quando se deparou com a transcrição de um encontro ocorrido na Abadia de Royaumont entre o psicólogo Jean Piaget e o linguista Noam Chomsky. Isto nos leva a crer que, dentro dos princípios de formação, trocas de experiências e abertura pessoal para novos conhecimentos nós vivemos grandes desafios, processos incríveis de convivência com o novo, o inesperado e especialmente com a possibilidade de transformação de muitas realidade atravéz do conhecimento. Chomsky, apoiado pelo grande especialista em cérebro Jean-Pierre Changeux, assegurou que todas as línguas humanas tendo pontos em comum entre si, não poderiam ter sido aprendidas do zero por seres que nunca tiveram nenhum contato entre elas. Era, portanto, necessário admitir que o cérebro era, de alguma forma, (pré capaz).ao contrário, Piaget afirmou que, claro, as estruturas são indispensáveis, mas todas elas, embora semelhantes, poderiam muito bem ter sido aprendidas. Quando o matemático Seymour Papert disse que uma máquina muito simples, a Perceptron, era capaz de aprender, Yann Le Cun clicou: “Foi a primeira vez que li que uma máquina pode aprender! Este foi o início de estudos e pesquisas que o levaram a se tornar o inventor das tecnologias de aprendizado profundo graças às redes neurais "convolucionais". Pioneiro em reconhecimento de imagem e muitas outras inovações que não podem ser mencionadas, Yann Le Cun é reconhecido mundialmente como um dos maiores especialistas em inteligência artificial. Ex-pesquisador do Bell Laboratories, agora é professor da New York University, onde criou o Center for Data Sciences e também diretor do FAIR, centro de pesquisa de inteligência artificial do Facebook. Ele nos conta aqui a história, tão recente quanto espetacular e na qual é um dos principais atores, do que se chama de “inteligência artificial”. A inteligência humana e o artificial se encontram, se fertilizam, se alimentam. Mas qual é o futuro deles? O cérebro humano ainda será capaz de dominar sua própria criação? Devemos nos alegrar ou nos preocupar com o fato de essa inteligência evasiva escapar do controle humano? Numa terceira parte, Stanislas Dehaene e Yann Le Cun discutem o futuro das inteligências, que trazem tanta esperança quanto preocupação e que estão, sem dúvida, em vias de iniciar uma ruptura na evolução do Homo sapiens, talvez tão considerável quanto a do bipedismo . Jacques Girardon (la plus belle histoire de l' inteligence) 2018. P.26-27. acredito ser bem importante este debate para compreender um pouco mais como podemos seguir na tarefa de educadores, formadores e transformadores do novo.
Estudar pesquisar e discutir sobre as novidades no meio educacional é uma forma de buscar novos caminhos.
ResponderExcluirEsplêndida postagem
ResponderExcluirQuando a proposta é formar, desenvolver e consolidar, é importante estar sempre com o cérebro em movimento. Obrigado professor.
ExcluirÉ de suma importância que possamos criar situações problemas no processo de ensino aprendizagem dos jovens, pois somente quando os mesmos estiverem em situação de desequilíbrio e que poderemos afirmar que esta havendo aprendizagem.
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